Até
então, eu levava uma vida de abundância. Formado numa prestigiosa escola
particular que só os ricos podiam frequentar, morava numa mansão de três
quartos e com uma sala de estar enorme. De uma hora para outra, perdi
tudo e fui morar numa casinha alugada, sem emprego e sem condições de
pagar o estudo dos meus filhos nem pôr comida na mesa de manhã, ao meio-dia
e à noite.
A sensação
foi de cair do céu ao chão. Eu não conseguia dormir de tanta vergonha
e não queria ter contato com ninguém para que não descobrissem a miséria
em que me encontrava.
Passei mais
de um ano e meio isolado dentro de casa. Um dia, o meu amigo Mandy foi
me visitar e me entregou o exemplar de uma revista mensal, dizendo que
havia começado, recentemente, a estudar na Happy Science.
Eu estava mesmo
precisando ler alguma coisa, pois a falta de dinheiro me impedia de comprar
jornais ou livros. Pois as ideias que encontrei nessa revista eram totalmente
novas para mim, e acabei relendo-a várias vezes. “A felicidade está em
dar amor aos outros.” “A vida é um período de treinamento da alma.” E
pensei, “Essa doutrina pode me tirar da miséria... Quero conhecê-la melhor!”
Mandy me levou
a uma reunião em que muitos outros membros estavam aprendendo a doutrina.
Começaram por recitar o sutra Palavras da Verdade: Darma do Correto Coração.
Quando as palavras do sutra me tocaram, eu senti imediatamente: “Deus
me ama. Deus está sempre comigo!” e uma emoção fortíssima se apoderou
de mim. Em meio à adversidade, a única coisa que eu pensava era que Deus
havia me abandonado. Não podia acreditar em Deus e nem mesmo conseguia
rezar. Mas senti naquele momento que resgatei uma lembrança esquecida
há muito tempo. Naquele dia, prometi devoção aos Três Tesouros. Foi em
7 de julho de 2006: o dia do quinquagésimo aniversário do mestre Okawa.
Uma
visita inesperada
Fascinado pelo Darma do Correto Coração, dali por diante, passei a recitar
diariamente o sutra e o livro de orações três vezes ao dia.
Os amigos e
os parentes que eu tinha maltratado com raiva e mágoa, as pessoas que
sofrem na pobreza... Eu imaginei as pessoas à minha volta e orei por sua
felicidade. Para minha surpresa, à medida que eu continuava rezando diariamente,
a minha mente ia ficando mais calma e a sensação de solidão e fracasso
desapareceu gradualmente. A hora de rezar se transformou num momento de
felicidade indescritível para mim.
Quinze dias
depois, o meu irmão, de quem fazia muito tempo que eu não tinha notícia,
fez-me uma visita inesperada e disse: “Antigamente você me sustentava,
agora é a minha vez de sustentá-lo.”
Foi uma tremenda
surpresa para mim. Ele sabia que eu estava em dificuldade e o havia procurado
várias vezes, mas ele se recusara a me receber. Era como se estivesse
esperando que eu mudasse o meu modo de pensar.
A
coragem de recomeçar
Pouco
tempo depois, houve outra reunião da Happy Science e nós assistimos a
uma palestra intitulada “Reconstruir a vida”.
“A autopiedade
não leva a nada. Por mais que você pense na sua miséria, é um beco sem
saída. Em vez disso, procure pensar: ‘Sem dúvida, é uma situação difícil,
mas o que eu posso fazer em meio a tanta privação? Tem de haver uma coisa
que eu seja capaz de fazer para beneficiar o mundo e as pessoas da minha
convivência.’”
Foi uma palestra
perfeita para mim. Na minha vida de pobreza, eu não conseguia parar de
me perguntar por que as coisas tinham terminado daquele jeito, mas o ensinamento
de que tais ideias não levam a nada despertou a minha percepção.
“Foi-me
dado um ambiente no qual eu posso começar um negócio. Devo aproveitar
essa oportunidade, tentar outra vez e fazer com que as pessoas pobres
que me rodeiam sejam felizes e prosperem.”
Estimulado
pela palestra, pedi a Daniel, que ingressou na Happy Science comigo, para
ser meu sócio no negócio de compra e venda de produtos agrícolas.
A atitude mental
que me trouxe o sucesso
Desde que inaugurei o meu negócio, eu comecei a estudar os ensinamentos
dos “Oito Corretos Caminhos”, escritos em “As Leis do Sol” e “A Essência
de Buda”, e a praticar a auto-ref lexão antes de dormir.
Veja se você
tem algum pensamento negativo na mente, como ambição, raiva ou queixas.”
(Correto Pensamento)
Veja se você magoou os outros com as palavras que usou.” (Correta Expressão).
Passei a ref
letir e contemplar cada dia que passava. Eu era “pavio curto” e, certa
vez, perdi a cabeça a ponto de brigar com um sócio. Mas, desde que comecei
a praticar a auto-ref lexão regularmente, a atmosfera no local de trabalho
mudou, e o meu pessoal ficou mais entusiasmado com o trabalho. Já não
vacilo nas minhas decisões nem sou temerário quando se trata de controlar
o f luxo de dinheiro que entra e sai. Quando penso no meu desejo de fazer
felizes as pessoas próximas e de ajudar o meu país a prosperar, posso
me dedicar ao trabalho com um senso de missão.
Em
Uganda, centenas de crianças morrem de desnutrição e malária. Antigamente,
eu não ligava muito para o seu sofrimento, mas agora quero usar o lucro
do meu negócio em benefício dessas crianças. Conversei com Daniel e nós
doamos alimento nutritivo e mosquiteiros para hospitais e escolas. Fazemos
essas doações todo mês sem falta.
Um mês depois
de reiniciar as atividades, o faturamento foi de 1,7 milhão de shilings.
(Aproximadamente 1,6 mil reais. Considerando a diferença de preços, corresponderia
a um faturamento de 8 mil reais.) Consegui me sair tão bem no negócio
porque aprendi a praticar as doutrinas da auto-reflexão. O ensinamento
dos “Oito Corretos Caminhos” está repleto de maneiras de criar uma mente
capaz de obter sucesso.
Trazer esperança
a esta nação Foi assim que consegui mudar de vida. Eu não estaria aqui
se não fosse o ensinamento da Happy Science. A minha meta é falar ao máximo
de pessoas possível sobre este ensinamento que me ajudou a encontrar a
felicidade. Ela pode dar esperança e coragem aos que sofrem de doença
ou pobreza e falar-lhes no Amor de Deus. Vou acender velas de esperança
no coração das pessoas neste país.
por
Robert Lutuwama
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