A auto-reflexão
leva ao desenvolvimento
Fazia
tempo que eu era adepto da Tenrikyo*; por isso, não me interessei
pela Happy Science. Desde a morte de meu pai, quando eu tinha catorze
anos, a Tenrikyo era o meu apoio emocional na vida e muito me ajudou no
período difícil que passei trabalhando como louco para sustentar a família
e pagar meus estudos.
No entanto,
era impossível não ver o quanto minha mulher havia mudado depois de entrar
na Happy Science. Tornara-se uma pessoa mais meiga e, às vezes, dizia
coisas que me impressionavam. Chegou até a parar de fumar -- coisa que
eu nunca consegui convencê-la a fazer. Tive curiosidade de saber o que
diziam os livros que ela lia e estudava com tanto afinco.
Neles encontrei
ensinamentos que davam resposta a perguntas que eu vinha azendo havia
muito tempo e orientação para progredir rumo ao futuro. Um dos ensinamentos
que mais me impressionaram explicava que a auto-reflexão leva ao progresso:
refletir sobre si e corrigir os próprios erros é progredir como indivíduo.
Decidi ingressar na Happy Science e continuar estudando essa doutrina.
Contudo, embora eu entendesse que a auto-reflexão ajudava a desobstruir
a mente, aind a não compreendia totalmente como a auto-reflexão levava
ao progresso.

Não tardei
a ter oportunidade de obter espaço num complexo comercial de um dos melhores
bair ros de Quioto. Era uma ótima oportunidade para a empresa e, embora
eu soubesse perfeitamente dos riscos, decidi alugá-lo. Para minha surpresa,
todos os meus empregados se opuseram à ideia. Não dei importância a isso
e segui em frente, esperando que o sucesso da loja nova os fizesse mudar
de opinião. Entretanto, o distanciamento entre mim e eles aumentou, e
as vendas caíram.
Eu
havia tomado a decisão certa? Três semanas depois de inaugurar a loja,
comecei a ter dúvidas. Foi quando minha mulher propôs uma visita ao templo
da Happy Science próximo ao lago Biwako para praticar uma meditação chamada
“Meditação dos quatro estágios”.
O verdadeiro progresso
Eu
estava em plena “meditação de inverno” quando vi claramente meu passado,
como se estivesse refletido na superfície de um lago. Vi-me perseguindo
sonhos de sucesso, sem a menor consideração pela minha família e sem gratidão
aos empregados, pois estava convencido de que fazia todo o trabalho sozinho.
“Será que era
arrogância pensar que eu podia fazer tudo como bem entendesse?”, indaguei.
“A oposição de meus empregados está me regelando como o vento do inverno,
mas talvez seja uma dádiva de Deus eu desper tar para a importância das
pessoas que me cercam...”
Foi então que
percebi o que me faltava: gratidão. Naquele instante, senti-me livre das
pesadas camad as de orgulho e desejo de prestígio e fama que me cobriam
o coração. As lágrimas me rolaram na face quando eu fiquei inundado de
gratidão a todos os que me haviam auxiliado até então.
A
última parte da meditação mandava-me traçar um quadro do passado, do presente
e do futuro. Eu nasci e cresci no Japão rural, de modo que minhas expectativas
de subir na vida não eram tão grandes assim. Mas, desenhando livremente,
tive subitamente uma visão de mim sonhando em realizar grandes coisas
em escala global e até mesmo no campo da tecnologia espacial.
“O que é isso!?
Será o meu futuro?”. Eu mal podia acreditar que poderia atingir semelhantes
alturas. Até então, sentia-me um tanto culpado por ter sucesso. Dez anos
antes, a experiência amarga de ajudar a pagar as dívidas enormes de um
parente cuja empresa falira levou-me a pensar: “É melhor levar uma vida
medíocre do que fracassar na tentativa de ter um grande sucesso e acabar
causando problemas a tanta gente.” Mas a Happy Science pregava outra coisa:
“Se a sua felicidade
pessoal for do tipo que leva à felicidade de toda a humanidade [...],
esse é o pensamento correto; não causará problemas quando for realizado.
Esse é o pensamento a que se deve aspirar, aquele em que a sua felicidade
pessoal e a da humanidade podem ser realizadas como se fossem uma
só.” (As Leis da Felicidade)
Descobri que
minha ansiedade provinha de eu não saber que é possível realizar as duas,
a felicidade própria e a dos outros. Se o sucesso e a expansão da minha
empresa beneficiarem o mundo, eles são uma coisa boa. Essa percepção deu-me
um incentivo enorme e acabou com as minhas preocupações.
Eu tinha a
tendência a culpar meus empregados toda vez que as coisas não corriam
conforme o planejado, mas tomei a decisão de mudar. Para não dizer palavras
ríspidas, respirava fundo sempre que elas me ocor riam e procurava serenar
o espírito. Assim, procurei diminuir a distância que me separava dos empregados.
Finalmente aprendi o que era saltar da auto-reflexão para o progresso.
A
visão de um novo design de material
Mas,
para sobreviver à atual recessão, eu precisava faze mais do que simplesmente
corrigir erros: precisava criar algo novo. Na luta desesperada para aumentar
as vendas, saí numa busca fer vorosa de oportunidades de negócio. Encontrei
uma num anúncio do Ministério da Economia, Comércio e Indústria de novos
empreendimentos de empresas pequenas e médias. Eu teria não só a oportunidade
de inaugurar um projeto como seria financiado. Era justamente o que eu
procurava.
Infelizmente,
o prazo de apresentação do projeto vencia em apenas duas semanas. Era
um grande desafio elaborar um projeto empresarial em tão pouco tempo.
Eu começara
a vida como artesão de tintura yuzen**. Meu desejo era combinar técnicas
tradicionais com tecnologia de ponta para criar um novo mercado que gerou
a minha empresa, a Aura. De modo que voltei às origens para ver se conseguia
descobrir a semente de u ma nova ideia, e concebi um tipo de tecido chamado
odashishikoro. O couro especialmente processado por métodos tecnológicos
modernos seria tecido imitando os brocados nishijin*** para produzir
pano de couro.
Muitos zombaram
da minha disposição a entrar na disputa. “Você só tem quinze dias. Desista”,
diziam. Mas eu estava convencido de que, se conseguisse fazer com que
a ideia vingasse, ela daria renovado prestígio aos artesãos, que são os
pilares da produção e manufatura. Criaria um novo mercado para produtos
que fundem novas tecnologias com técnicas tradicionais. Esse desejo ou
ideal era quase uma vocação para mim. “Nós vamos conseguir, eu tenho de
conseguir!”, respondi com veemência.
Eu
repetia incansavelmente que estava decidido a alcançar meu ideal. Formulei
um plano de utilização do tecido e fiz o que pude para encontrar empresas
cooperativas. Naquelas noites em que não conseguia dormir, as fitas e
CDs das palestras do mestre Okawa me auxiliaram e me davam força para
prosseguir. Eu as escutava constantemente -- em casa, no metrô, indo e
voltando do trabalho. Escutei palestras como Pensamento Vencedor e
As Leis do Sucesso**** e me embebi nos ensinamentos acerca do poder
que têm os pensamentos de se manifestar neste mundo e aprendi a “enfrentar
as tormentas que se aproximam e tomar para si a sua força”. (Pensamento
vencedor).
Paulatinamente,
meus empregados e colegas empresários que haviam observado o meu empreendimento
com indiferença começaram a me oferecer ajuda e apoio. Decorridas as duas
semanas, eu apresentei meu plano empresarial.
A coragem para
viver criativamente
Meu
plano foi aprovado! Eu senti sinceramente que, quando a gente acredita,
no fundo do coração, que aquilo que está determinado a realizar é bom
para o mundo, o céu ajuda. Meu novo tecido odashi-shikoro foi escolhido
para ser usado na mala oficial do governo municipal de Quioto e figurou
na lista dos cem melhores produtos “de estilo japonês moderno”, certificados
pelo Ministério de Economia, Comércio e Indústria do Japão. Recentemente,
o tecido também foi escolhido para revestir o interior do carro conceitual
de uma grande fábrica de automóveis. Isso gerou uma inundação de solicitações
de outras montadoras.
Como
ensina o mestre Okawa:
“Não se dê por
satisfeito só por ter resistido à tempestade até que ela terminasse
para depois voltar à situação em que você estava antes. Absorva a experiência
que teve ao enfrentar as dificuldades e transforme-a em energia dentro
de você.” (Pensamento vencedor).
Em novembro
de 2007, eu tive a experiência extraordinária de assistir a uma palestra
do mestre Okawa. Quando ele disse que, para criar algo novo, nós temos
de enfrentar a crítica, ter coragem e tratar de abrir caminho, eu me dei
conta de que Deus estava comigo em cada momento das minhas provações e
lutas. Isso me encheu de reverência e gratidão.
Atualmente
estou desenvolvendo mais um projeto. Com a coragem de viver criativamente,
vou continuar trabalhando para trazer novos valores a este mundo.
|