
Revista
publicada pela Ciência da
Felicidade em abril de 1997
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1. A constituição
do mundo
espiritual do Japão
O mundo
espiritual é constituído por várias dimensões
divididas por uma espécie de cortina fina. A Luz vai se intensificando
à medida que se escalam essas dimensões. Por isso, quando
uma pessoa que vive na quinta dimensão, por exemplo, sobe para
a sexta, rapidamente ela volta para a sua dimensão, pois não
consegue resistir à intensidade da luz.
Vocês
já devem ter se informado sobre tais constituições
dimensionais através do livro "As Leis do Sol" e
outros (editados pela Ciência da Felicidade) de autoria do Mestre
Ryuho Okawa.
As dimensões
do mundo espiritual não ocorrem somente no sentido vertical,
em forma de andares, como também no sentido horizontal.
Os mundos
espirituais são divididos ora de acordo com os países,
ora com as religiões. A diferença de religião
é uma questão sumamente importante no mundo espiritual.
Isto porque, em geral as pessoas pertencem a mundos espirituais diferentes,
conforme suas crenças.
No caso,
por exemplo, do Japão, existe um mundo espiritual tipicamente
japonês. E ele subdivide-se em mundo espiritual do budismo e
do xintoísmo. Mais recentemente surgiu também o mundo
espiritual do cristianismo.
É
como se o budismo e o xintoísmo vivessem em apartamentos independentes,
cada qual formando seu mundo espiritual típico.
Apesar
de pertencerem ao mesmo andar - numa analogia às divisões
dimensionais -, por exemplo, no sexto, dificilmente os habitantes
de um apartamento conseguem atravessar para o outro lado. O intercâmbio
entre diferentes religiões é bastante difícil
no caso de dimensões inferiores, embora seja muito fácil
no mundo dos Nyorais.
Os mundos
espirituais são também diferenciados em função
de dogmas e costumes. Kanzo Uchimura, por exemplo, apesar de ser um
habitante do mundo espiritual japonês, mantém uma amizade
mais intensa com as entidades espirituais cristãs de países
estrangeiros, do que com os deuses xintoístas, pois em vida,
ele foi um cristão muito devoto.
2. A
relação entre o budismo e o xintoísmo
Então,
qual é a relação existente entre o budismo e
o xintoísmo no mundo espiritual japonês? Na realidade,
desde o século VI - quando o imperador da época devotou-se
oficialmente ao budismo -, o xintoísmo passou a ser orientado
pelo budismo.
Em função
da devoção da família imperial ao budismo, houve
de geração em geração, um grande avanço
na união cultural entra as duas correntes religiosas, permitindo
o livre intercâmbio entre elas. O xintoísmo, por não
possuir uma doutrina e um sistema religioso consolidado, foi incorporando
os elevados conceitos religiosos do budismo.
Evidentemente,
houve resistência por parte de uma ala dentro do xintoísmo
que defendia idéias nacionalistas, alegando que "o Japão
deve ser governado pelos deuses japoneses". Entretanto, esta
não foi uma tendência geral. A maioria optou por introduzir
os ensinamentos do budismo no xintoísmo, adotando a seguinte
postura: "Ensinamentos budistas e estilo de vida xintoísta".
No século
VI, quando ocorreu a devoção do imperador ao budismo,
as entidades espirituais xintoístas discutiram muito se deviam
ou não aceitar as divindades e ensinamentos estrangeiros. Dentre
as antigas entidades espirituais japonesas, havia aquelas que argumentavam:
"A nação deve ser governada pelos deuses tradicionais
do Japão".
Porém,
os deuses xintoístas de elevadas dimensões chegaram
à conclusão de que: "para o progresso do Japão,
ele não deve continuar como está". Assim, devido
aos seus fortes desejos de introduzir o budismo no Japão, finalmente
a corrente budista foi convidada a ingressar naquele país.
Todavia,
nem todas as entidades espirituais de dimensões inferiores
puderam compreender a intenção dos deuses superiores.
Enquanto as entidades superiores do budismo e xintoísmo davam
as mãos, as de dimensões inferiores brigavam.
Assim,
iniciou-se a guerra entre dois senhores feudal, Mononobe e Soga, que
representavam respectivamente o xintoísmo e o budismo.
Como se
pode constatar através da devoção do imperador,
no mundo de elevadas dimensões, o budismo e o xintoísmo
uniam-se, porém na Terra, houve a guerra, como reflexo do movimento
de resistência das entidades espirituais, que não concordavam
com as atitudes das entidades superiores. E esta guerra terminou com
a vitória de Soga, ou seja, da corrente budista.
As entidades
espirituais, algumas vezes, tentam mostrar suas forças através
da guerra na Terra. Quando se perde na guerra, perde-se também
a autoridade, facilitando o consenso a favor da ala vencedora. Assim,
quando não há consenso no mundo espiritual, podem ocorrer
guerras na Terra.
3. A
Guerra do Golfo sob o enfoque do mundo espiritual
Afinal,
o que foi a Guerra do Golfo Pérsico que aconteceu em 1991 (guerra
em que as forças multinacionais lideradas pelos Estados Unidos
atacaram o Iraque, por este ter invadido o Kuwait)?
Essa também
não teria sido uma guerra entre anjos e demônios?
As entidades
espirituais que orientavam os países islâmicos exigiam
a não-ingerência da civilização ocidental
nas guerras islâmicas. Enquanto isso, Jesus Cristo era contra
a Guerra do Golfo Pérsico.
Contudo,
os deuses judeus liderados por Miguel (conhecido como Arcanjo Miguel),
e as entidades espirituais que orientam os Estados Unidos insistiam
na guerra.
E assim,
a guerra surgiu como conseqüência das opiniões dos
espíritos guias ocidentais e dos profetas judeus que não
queriam perdoar Sadam Hussein.
Deste modo,
as divergências do plano espiritual refletiram na forma de uma
guerra no plano terreno.
Qual foi,
então a conseqüência dessa guerra no mundo espiritual?
Antes da
Guerra do Golfo, Maomé conversava sempre com as entidades cristãs
e se entendiam relativamente bem. Hoje, no entanto, nos raros momentos
de encontro, quase nem se falam. O encontro parece causar desgosto
a ambos os lados. Assim, afastam-se rapidamente.
Por se
tratar de espíritos do Céu, é evidente que eles
não agem como espíritos infernais que ferem, uns aos
outros, com espadas ou lanças. Simplesmente manifestam seus
desagrados ou contrariedades deixando de dirigir palavras ao seu oponente.
Creio que
a reconciliação só irá acontecer com o
passar do tempo, quando aquela guerra cair no esquecimento.
Dentre
vocês poderá haver aqueles que ficam em dúvida:
se Jesus Cristo estava contra a guerra, então, por que as entidades
espirituais do plano inferior a iniciaram?
O livre-arbítrio
é respeitado, ainda que sejam entidades espirituais inferiores.
Portanto, Jesus jamais recorreria à força para obrigar
as entidades americanas a interromperam a guerra.
Divergências
de opiniões, assim como na ONU, ocorrem também no outro
mundo. Isto significa que o sistema administrativo empregado no mundo
espiritual, até certo ponto, é também democrático.
Ainda que não cheguem ao acordo através do diálogo,
nem por isso é violada a liberdade de pensamento das entidades
espirituais de posições inferiores.
4. A
luta entre anjos e demônios
Além
dessas intrigas menores, existe também a luta entre anjos e
demônios. A luta entre o comunismo e o regime liberal, por exemplo,
foi verdadeiramente uma luta entre anjos e demônios. Uma nação
materialista jamais receberia orientação do plano celestial.
A forma
de lutar com os demônios diferem de acordo com as entidades
espirituais, pois cada qual tem a sua maneira de pensar e agir.
Nesse sentido,
o trabalho realizado por Gorbachov na antiga União Soviética
foi de uma grandeza extraordinária. Ele debelou o império
materialista sem recorrer às armas nucleares, provocando apenas
a implosão da nação. Em termos de carreira política,
foi muito prejudicado; mas, do ponto de vista da Verdade Búdica,
ele realizou um grande trabalho.
Deste modo,
os inúmeros acontecimentos deste mundo servem também
para o aprimoramento espiritual das entidades espirituais. Enquanto
orientam os acontecimentos na Terra, elas também aprendem "o
que é certo", e "o que não se deve fazer".
Existe
um estreito sincronismo entre o mundo terreno e o mundo espiritual,
onde ambos estudam e planejam em tempo real o melhor caminho a seguir.