
Revista
Happy Science
Ciência da Felicidade - Edição 175
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A
promoção também gera depressão
Ultimamente a televisão japonesa tem apresentado muitos programas
sobre o tema depressão. Eu sei que a depressão é
um grande problema dos tempos modernos e sinto que a Happy Science deve
oferecer um meio de enfrentá-la.
Os especialistas
afirmam que, atualmente, as pessoas entre trinta e quarenta anos de idade
são as mais susceptíveis ao desencorajamento e à desesperança.
Surpreende saber que gente tão jovem fique deprimida, mas, ao que tudo
indica, a causa se relaciona com o trabalho. Uma das mais frequentes é
a “depressão da promoção”, a que se desencadeia quando a pessoa é designada
para um cargo mais elevado. Sem dúvida, uma responsabilidade maior sempre
gera dificuldades e, no caso de gente relativamente jovem, provoca um
verdadeiro colapso da personalidade. A Happy Science conduz orações rituais
pela promoção e ensina que é bom ser importante, assumir cargos de responsabilidade
ou ser um profissional competente. Dito isso, não deixa de ser desconcertante
o problema que se apresenta para a pessoa que fica deprimida justamente
quando avançou na vida. É preciso encontrar meios de enfrentá-lo.
Se você for
do tipo que nunca pensou em ser menos que presidente de empresa, por certo
não vai se sentir sobrecarregado só porque passou a ser chefe de seção.
Entretanto, uma pessoa normal que é subitamente promovida a um posto mais
alto muitas vezes se sente ameaçada pelas novas e maiores responsabilidades.
Ou então não sabe o que fazer com os novos subordinados. Isso mostra que
ela não está mentalmente preparada para assumir a função. Uma boa maneira
de neutralizar esse “choque” consiste em pensar na vida daqui a algumas
décadas e se perguntar: “Há muitos cargos – presidente, executivo, gerente,
etc. –, mas aonde eu quero chegar?” É decisivo pensar nisso com antecedência
e se preparar mentalmente. Se você ficar inseguro por causa de uma promoção
ou avanço repentino, é que falta um plano de jogo na sua vida. Uma vez
mais: é necessário começar a se preparar com um pouco de antecipação.
“Convém
prometer a
si mesmo estar mentalmente preparado pelo menos de seis a doze meses
antes.”
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Seja qual for
a sua função atual, trate de se preparar mentalmente para que, quando
a promoção chegar inesperadamente, você tenha condições de aceitar esse
sucesso com serenidade e possa dizer prontamente: “Ótimo, chegou a hora.”
Convém prometer a si mesmo estar mentalmente preparado pelo menos de seis
a doze meses antes. Com tal preparação, será fácil enfrentar a mudança
– já os despreparados terão muita dificuldade.
Os que
se deprimem e os que não
se deprimem com uma promoção
Mas
como se preparar? O preparo se inicia no momento em que você começa a
trabalhar e ainda não tem cargo nem título; consiste em observar, examinar
e estudar aqueles que já ocupam o posto de chefe de seção, de coordenador
de equipe ou de gerente. Você já observou atentamente os que exercem cargos
elevados? Acaso aproveitou o fato de as suas responsabilidades ainda serem
poucas e de você ter tempo para pensar em sair à noite para refletir sobre
o que eles fazem? Isso afeta muito o seu amanhã. Quem se dispõe a fazer
tais observações fica mentalmente preparado para o futuro; fica livre
do choque e da depressão quando for promovido, pois sabe que trabalho
o aguarda.
É claro que
algumas depressões de promoção não são mera consequência de uma promoção
no atual local de trabalho. Também existe a depressão resultante da transferência
para um lugar estranho; a isto podemos dar o nome de “depressão da mudança”.
A pessoa pode ser transferida de Osaka para Tóquio ou de Tóquio para uma
cidade estrangeira como Nova York e ficar deprimida por isso. Na maior
parte dos casos, ela se deprime por falta de autoconfiança, ao passo que
os que têm muita confiança não ficam deprimidos.
Os
períodos difíceis são ocasião de crescimento –
a perseverança e o tempo são seus aliados
A promoção, a ascensão e a transferência podem gerar depressão,
mas como também são um recomeço na vida, nem tudo está perdido.
Se continuar
trabalhando no mesmo emprego, você se tornará competente nesse conjunto
específico de tarefas. Mas, se for transferido a um novo local de trabalho
ou promovido, é possível que passe a ser, temporariamente, menos competente
que de costume. Se um empregado sem título nenhum for promovido repentinamente
a gerente, é natural que ele não consiga assumir instantaneamente as tarefas
de gerenciamento. Segue-se um período de luta, pois a pessoa tem a impressão
de que afundou.
“Os
problemas insolúveis acabaram não tendo a menor importância. E eu
me dei conta de que as questões que me pareciam mais assustadoras
não passavam de temores infundados.”
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Todavia, é
bom ter em mente que essa é uma etapa de crescimento. Procure se esforçar
ao máximo e tenha como meta subir à tona e ficar com a cabeça fora da
água pelo menos dentro de seis meses. Vai ser uma luta dura até conseguir
emergir das profundezas. É provável que você se sinta incapaz de demonstrar
o seu talento, a sua capacidade ou o seu poder, como se estivesse correndo
na areia. Nos primeiros seis meses depois da transferência ou promoção,
pode ser que você tenha a sensação de estar marcando passo ou de só chutar
a areia apesar de estar correndo.
Em
tempo de luta, anote o que o incomoda
Às vezes, são tantas as coisas a incomodá-lo que você
nem sabe qual é a causa da sua confusão e sofrimento nem por que está
desmotivado e desanimado com o futuro. Neste caso, “faça a lista das coisas
que o incomodam”. Eu mesmo pratico esse método e o recomendo a todos.
Anote cada problema que o aflige. Neste caso, “faça a lista das coisas
que o incomodam”. Eu mesmo pratico esse método e o recomendo a todos.
Anote cada problema que o aflige.
Quantos itens
você consegue listar? Dificilmente chegará a cem, por mais que tente.
Quando eu comecei a trabalhar numa empresa comercial e tratei de anotar
os meus problemas, mal cheguei a vinte.
Quando a lista
estiver pronta, examine-a um pouco e avalie a importância de cada item.
Refaça a lista, distribuindo os problemas em ordem de importância, de
cima para baixo. Ao estudar a nova lista, vai perceber que alguns problemas
você pode eliminar com o seu próprio esforço, ao passo que outros estão
além da sua capacidade de fazê-los desaparecer, por mais que se esforce.
Distinguir um do outro é uma tarefa essencial neste exercício.
Se houver um
problema que você não tem como resolver, arquive-o. Marque com um triângulo
ou um X os que serão arquivados e selecione os que podem ser resolvidos
com a energia do seu esforço. Pense nas dificuldades espinhosas que você
pode controlar, romper ou conquistar e empenhe-se em eliminar, uma a uma,
as questões solucionáveis do topo da lista.
No meu caso,
dos vinte problemas que me incomodavam, só pude resolver alguns em um
ano, e nunca consegui eliminar os vinte. Contudo – e essa foi uma revelação
muito benéfica –, os problemas insolúveis acabaram não tendo a menor importância.
E eu me dei conta de que as questões que me pareciam mais assustadoras
não passavam de temores infundados. Estou tentando mostrar que havia apenas
uns poucos problemas que eu podia resolver, mas todos os outros eram coisas
com as quais não precisava me preocupar.
Mude
a si mesmo em vez de tentar mudar conceito que os outros têm de você
São muitas as coisas que estão fora do seu controle, principalmente
quando se trata de ser avaliado. Em certos casos, pode ser que você consiga
mudar o conceito que os outros têm se tentar, mas, em outros, é impossível.
Os seres humanos têm simpatias e antipatias, e há ocasiões em que a outra
pessoa simplesmente não gosta de você.
Talvez seja
importante tentar mudar o que os outros pensam a seu respeito, mas há
situações em que isso é impossível. Quando perceber que “Eu sou do tipo
pelo qual esse sujeito tem antipatia”, a única coisa que você pode fazer
é não ligar. Uma atitude alternativa é: “Desta vez eu não tive sorte.
Não consigo me entender com aquela pessoa, mas amanhã posso conhecer outra
com a qual eu me dê bem, sem falar em transferência ou mudança de local
de trabalho.” Ou então: “Já que ele não gosta de mim, é melhor que o diga
com mais frequência para que o meu chefe me coloque em outra função.”
O que mais
desgasta as pessoas são os problemas ligados à avaliação dos demais e
quando elas ficam divididas entre exigências conflitantes nas relações
humanas. Mas repetindo: lembre-se de que muitos problemas escapam ao seu
controle. Para enfrentar esse fato, a única coisa que se pode fazer é
“mudar de modo de pensar”. Trata-se do que você acha do problema, de como
lida com ele e de como organiza a mente para enfrentá-lo.
É impossível
obrigar os outros a mudarem a avaliação que fazem de você, mas é possível
escolher o que pensar e que atitude tomar. O nosso esforço é mais bem
empregado quando aceitamos essa realidade. Se os outros o menosprezarem,
insultarem, ridicularizarem ou desrespeitarem, diga-lhes que podem “fazer
o que bem entenderem”. Aliás, eles são livres para fazê-lo. Talvez abusem
dessa liberdade, enquanto filhos de Buda ou filhos de Deus, para enveredar
por maus caminhos, contudo, embora pareça que eles o mortificam, é possível
que, na realidade, estejam exigindo que você se desenvolva mais. Existem
ambos os casos. Alguns podem estar de fato irritados por não gostarem
de você, mas os outros talvez tenham a intenção de guiá-lo.
Já que é impossível
alterar a avaliação que fazem de você, mude o que você pode mudar com
o seu esforço. Mude o seu modo de pensar e, a seguir, mude de atitude
para com os demais. O melhor é primeiro procurar mudar a si mesmo.
Elogie-se
a si próprio e suba à tona
Quando estiver deprimido, trate de subir à tona e respirar
um pouco. Procure se aliviar da agonia de estar submerso no fundo do mar.
Como eu escrevi no meu livro As Leis da Esperança, se os outros não o
elogiarem, elogie-se você mesmo. Por mais que o hostilizem, nenhum ser
humano é completamente ruim em tudo, de modo que, quem procura sempre
acha algo digno de elogio em qualquer um. Naturalmente, isso também vale
para você.
Portanto, pense
no que merece ser elogiado em você. Claro que vai encontrar uma
ou duas qualidades. Se você for dona de casa, pergunte ao seu marido:
Do que você gosta em mim? Você não se casaria
comigo se eu não tivesse algo de bom. Mesmo que ele responda:
Você não tem nada de bom, insista: Mas
alguma coisa boa você há de ter visto em mim quando se casou
comigo dez anos atrás. O que era? Você nunca me contou, embora
já se tenha passado uma década, pode me contar agora?” É possível
que então o seu marido responda: “Foi o fato de você não dar muita importância
à minha aparência. Uma mulher normal não ia gostar de um sujeito que passa
três dias sem trocar de gravata. Você era a única que não ligava para
isso.”
Vença
a depressão imaginando o futuro: você mais maduro
Você vai se sentir envergonhado muitas vezes na vida,
de modo que não pode ficar magoado toda vez que isso acontecer. De certo
modo, a vida é uma série contínua de vergonhas e desgraças recorrentes.
No entanto, a partir dos quarenta anos de idade, você começa a ver pessoas
de vinte ou trinta que lhe parecem tolas e agem como você agia quando
jovem. Quando você for uma pessoa capaz de ajudar o desenvolvimento dos
mais moços, sentirá que cresceu. Esta é uma das grandes alegrias e uma
das grandes dádivas do progresso da vida. As pessoas de quarena e cinqüenta
anos que superaram a depressão podem ser guias na vida dos que têm trinta
e poucos anos e sofrem. Essa é a felicidade de estar vivo, e é por isso
que não se pode desistir nunca.
Recorde
durante muito tempo quando você for elogiado; esqueça
rapidamente quando for criticado. Este é o segredo de uma
vida longa, bem-sucedida e alegre.
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Portanto, não
deixe a depressão derrubá-lo. Você cometerá erros e bancará o bobo num
novo ambiente ou cargo. Não é incomum ter vontade de entrar num buraco
e sumir. Isso acontece centenas de vezes. E há algo errado na pessoa que
nunca se sente assim. Pode ser que ela se idealize e se julgue perfeita,
mas essa é justamente a pessoa incapaz de entender os sentimentos alheios.
Neste sentido, aquele que sente tanta vergonha que quer se esconder num
buraco pode ser uma pessoa maravilhosa, capaz de entender a visão e a
opinião dos demais.
Por favor,
mude o seu modo de pensar. Pense: “Agora eu estou adquirindo experiência.
Um dia, serei capaz de ensinar os outros que se sentirem como eu me sinto
agora.” Se você perseverar e for paciente, chegará a essa posição mais
cedo do que tarde. Não desista.
Se ficar envergonhado,
trate de esquecer logo. Saber esquecer é uma bênção. Os seres humanos
adquirem novas experiências continuamente e esquecem as antigas. Passar
muito tempo recordando uma coisa desagradável é ser pouco inteligente,
ao passo que esquecê-la o mais depressa possível é ser superior. Também
é superior aquele que se lembra de ter sido elogiado e das coisas boas
que aconteceram anos atrás.
Recorde durante
muito tempo quando você for elogiado; esqueça rapidamente quando for criticado.
Este é o segredo de uma vida longa, bem-sucedida e alegre.
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