Tema
em Foco
- Ensinamentos
do Mestre Ryuho Okawa
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Palestra
ministrada na sucursal de Nagoya-chuo, 4 de junho de 2008
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Enfrentando
os Mares Turbulentos do Destino
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Revista Happy Science
Ciência da Felicidade - Edição 183
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O título de
hoje é Enfrentando os Mares Turbulentos do Destino. Um título como esse
parece evocar imagens como a de um peixe sendo arremessado para cima e
para baixo num remoinho. Mas a tempestade passa e se transforma numa lembrança
e nada mais.
No entanto,
quando se está em pleno remoinho, a situação é duríssima e, embora depois
pareça trivial, trata-se de uma luta de vida ou morte. Eu, como todos
vocês, também já me afligi e conheci a angústia e o sofrimento. Quando
aparecem os resultados ou encontramos as respostas, vemos que os nossos
problemas não eram tão graves assim, mas o problema atual sempre parece
assustadoramente enorme. Algo de que a gente ouve falar diariamente e
não é lá grande coisa quando visto de fora pode parecer uma onda gigantesca
a sacudir o mundo.
Como Não
Ficar à
Mercê das Ondas do Destino
O ensinamento
que eu gostaria lhes oferecer é como adquirir um estado da mente em que
as grandes ondas sejam percebidas não como vagalhões enormes, e sim como
pequenas ondas ou mesmo um mar sereno e pacífico. Adquirir esse estado
da mente é uma parte importante da disciplina religiosa.
Ninguém, uma
vez que nasceu neste mundo, está livre de problemas, e não existe quem
passe a vida sem os enfrentar. Acontece que ter problemas significa estar
vivo: é a prova de que a pessoa está viva. E, no dia em que todos os seus
problemas desaparecerem, é que chegou a hora de você se despedir do mundo.
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“[...]
adquirir um estado da mente em que as
grandes ondas sejam percebidas não como
vagalhões enormes, e sim como pequenas ondas
ou mesmo um mar sereno e pacífico.
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Ter
uma coisa em que refletir significa não só que a pessoa continua viva
como é capaz de resolvê-la pelo seu modo de pensar. O que quero dizer
é que ela tem possibilidades. Além disso, penso que é um modo de ela verificar
até que ponto é capaz de enfrentar os mares bravios do destino ou as provações
de Deus.
Olhando para
trás, eu vejo que vivi um despertar espiritual aos vinte e poucos anos,
mas nem por isso os problemas na minha vida cotidiana desapareceram. Naquele
tempo, bastava eu me livrar de um problema para que surgissem outros.
Mesmo quando larguei o emprego e iniciei esta religião, tinha uma preocupação
atrás da outra para administrar a instituição. Havia uma corrente constante
de preocupações, desde os problemas com as pessoas até os administrativos.
Quando eu transpunha uma onda, outra logo me atingia. E sentia que assim
que eu superasse um problema, outra onda chegava.
Entretanto,
o mais importante para quem está no mar é saber de que lado fica a praia.
Se você nadar para o alto-mar, não terá quem o socorra quando as ondas
grandes vierem. Mas, se nadar em direção à praia, certamente se acabará
se livrando das grandes vagas. Você pode optar entre duas direções, mas
não deve fazer a escolha errada.
Na
verdade, para quem está sendo arrastado pelas ondas, a decisão de tomar
o rumo do alto-mar ou o da praia baseia-se na perspectiva da fé; é a opção
de tomar o rumo certo ou o errado. Tratase de uma decisão que se deve
tomar com base na fé.
Se for na direção
que, com base em sua fé, você considerar que é a "certa", deve continuar
nadando mesmo que venham ondas grandes, mas se lhe parecer que essa direção
não condiz com a sua fé, então é a direção errada, e convém retroceder.
É muito simples, mas disso ninguém pode esquecer. Porque não se pode levar
a vida à mercê das ondas.
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“Se
for na direção que, com base em sua
fé, você considerar que é a 'certa', deve
continuar nadando mesmo que venham ondas grandes.
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Superar a Tendência
de Amar a Infelicidade
Certas
pessoas parecem gostar de ser arremessadas pelas ondas; se a sua mente
tiver essa tendência, procure corrigi-la. Trata-se daquilo que nós chamamos
de "síndrome de amar a infelicidade", e eu escrevi alguns livros sobre
o tema.
Todos nós tendemos
a gostar da infelicidade sem perceber. Não é fácil detectar essa tendência.
É possível que os outros a vejam em parte, mas você não a consegue ver.
Quando experiências antigas de tristeza, de angústia ou de erros cometidos
ficam gravados na mente, formam-se padrões. Então, ao passar por algo
parecido, você se lembra: "Algo assim já me aconteceu" e recai no velho
padrão e, consequentemente, produz o mesmo resultado.
Isso também
vale para os erros no trabalho e nas relações entre as pessoas; quando
começam a surgir sintomas parecidos, você pensa: "Será que isso vai terminar
da mesma maneira que da outra vez?" Então ocorre um fenômeno exatamente
igual à amarga lembrança do passado.
Geralmente,
as pessoas gostam de pôr a culpa de sua infelicidade em forças externas,
como as pessoas próximas ou o meio. Nunca lhes ocorre pensar que são elas
que criam o padrão errado e muito menos se dão conta de que, na verdade,
gostam desse padrão. Por isso são infelizes e tendem a sempre repetir
as experiências infelizes.
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“...
é preciso voltar-se e examinar a si próprio pela
perspectiva de uma terceira pessoa. É
preciso entrar no Caminho do Meio e tornar a
se observar uma vez mais com a mente zerada.
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Quando
a mesma coisa acontece duas, três vezes ou mais, é preciso voltar-se e
examinar a si próprio pela perspectiva de uma terceira pessoa. É preciso
entrar no Caminho do Meio e tornar a se observar uma vez mais com a mente
zerada.
Como Deixar de
Querer a Simpatia Alheia
Na verdade,
a causa disso é que quase todo mundo quer ser amado, por mais que eu explique
que o importante é amar as pessoas. Nós queremos ser amados porque isso
nos faz felizes. Mas, na realidade, é difícil fazer com que as pessoas
o amem. Você quer ser amado, mas elas não lhe dão amor, então você tenta
conquistar sua simpatia. Começa a se colocar em situações que despertem
a simpatia das pessoas.
Que tipo de
situação conquista simpatia? Acho que todos têm uma idéia razoável. Por
exemplo, quando você adoece, as pessoas mostram simpatia, não? Mesmo no
caso de dois rivais que não se dão nada bem, se um deles adoecer, a atitude
do outro muda subitamente. Ele ou ela mostra bondade e cessa seus ataques.
Assim, quando a pessoa não tem coragem de procurar ativamente a reconciliação,
em vez de se esforçar, ela deseja adoecer para poder escapar da luta.
Outro exemplo
é o daqueles que gostam da pobreza. Na verdade, estes são bem poucos e,
geralmente, culpam os outros pela sua pobreza: a empresa, o governo ou
a economia mundial. Não falta gente assim; empregados, é claro, mas até
mesmo presidentes de empresa.
Caso você tenha
a tendência de querer atrair a simpatia das pessoas e ser consolado por
elas, resista a essa tendência porque ela não lhe faz nenhum bem. Pode
ser que você receba algumas palavras de conforto, mas isso no fundo, não
resolve nada.
Torne-se alguém
que as pessoas queiram voltar a encontrar
Há
um ditado que diz que, com a ajuda de umas trezentas pessoas, qualquer
um tem sucesso em qualquer coisa em que puser as mãos. Todos precisam
de esforço e diligência e, naturalmente, de capacidade e sorte, assim
como do apoio de muita gente. Se você contar com o apoio de umas trezentas
pessoas, qualquer coisa que fizer há de estar no caminho do sucesso. Seja
um cantor, seja um dono de restaurante ou um cabeleireiro, seja qual for
o negócio ou atividade, o sucesso é praticamente certo com tanta gente
por trás dele.
Não são muitos
os que se dão conta disso, mas é preciso ter um talento enorme para ser
popular com muita gente e obter seu apoio. Aquele que procura simpatia
dizendo: "Eu sou tão infeliz, por favor, tenha pena de mim" certamente
achará difícil obter o apoio de trezentas pessoas. As pessoas sentem pena
dele uma vez, mas, na segunda ou na terceira, ficam fartas.
A pessoa com
quem as pessoas querem sempre voltar a encontrar não é aquela que busca
simpatia, mas aquela que faz os outros felizes; aquela que exerce uma
influência positiva sempre que vocês se encontram; aquela que o inspira;
aquela que dá dicas sobre como viver a vida; aquela que lhe infunde coragem
ou que o estimula quando você se desanima. Alguém assim a gente tem vontade
de voltar a encontrar muitas vezes. Por isso, mude seu modo de pensar.
Se você acha que precisa muito da simpatia alheia, e é muito fácil para
as pessoas sensíveis precisar, esforce- se para mudar.
As pessoas
não gostam dos egoístas. Você também não gosta dos egoístas, mas não sabe
se os outros o acham egoísta. É por isso que eu digo: "Olhe para si como
se estivesse se olhando no espelho." Este é o ensinamento tanto sobre
a auto-reflexão quanto sobre o amor: "Faça aos outros aquilo que você
considera ser bom."
Fim
da palestra.
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