
Revista Happy Science
Ciência da Felicidade - Edição 187
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O Propósito
da Vida
São
muitos os que querem melhorar o mundo. Saibam eles ou não, seu trabalho
contém amor sempre que empreendem uma ação geralmente útil para o mundo.
Se alguém lhes disser: “Vocês infundem amor ao seu trabalho”, é provável
que eles corem e fiquem um pouco sem jeito. Ou talvez respondam: “Não,
não é isso. Eu simplesmente gosto do meu trabalho.”
No entanto,
eu não hesito em dizer que tudo aquilo que é realmente útil e importante
neste mundo tem origem no amor. Se você trabalhar em uma empresa desejando
servir os demais, certamente há de ser útil para o mundo. Aquele que contribui
para a humanidade com um intelecto superior e um desempenho inigualável,
na verdade, pratica o amor sem ter plena consciência disso.
É desnecessário
dizer que quem tem consciência de que pratica o amor através do seu trabalho
fica mais satisfeito do que se o fizesse sem ter essa consciência. Você
sente uma alegria sagrada ao descobrir: “É isso que significa ‘praticar
o amor’. Essa missão me foi atribuída como filho de Buda ou Deus.”
Faz muito tempo
que a maior parte das pessoas esqueceu essa emoção sagrada ou pura, imaculada,
essa abnegada noção de santidade. Elas nunca erram quando vivem com esse
sentimento santo, sagrado. São como crianças inocentes envoltas em uma
delicada luz.
Mas
como é difícil viver neste mundo. Quando bebês, todos aqui eram puros,
inocentes e sinceros. Mas depois cresceram, e o seu coração se contaminou;
perderam a confiança nas pessoas, foram obrigados a dizer coisas que não
eram inteiramente verdadeiras e, às vezes, chegaram a rir das desgraças
ou defeitos alheios. Vocês podem se perguntar: “Quando eu era bebê e meus
pais me embalavam, acaso eles amavam uma pessoa que hoje pouco se importaria
com os outros e talvez seja capaz de lhes fazer mal?” Não, de modo algum.
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A
maioria dos problemas surge porque os valores deste mundo se afastaram
daquilo que deviam ser. O que tem valor neste mundo? Presumivelmente,
o desejo de ter sucesso e ser muito importante; o desejo de ser maior
ou mais feliz que os outros. Esse desejo representa o anseio de cada alma
individual de se desenvolver, de modo que, em princípio, não contém motivação
maldosa. Mas o problema aparece quando a intenção de crescer da pessoa
se realiza às expensas dos outros. Imagine alguém que cresceu, realizou-se
e adquiriu muitas coisas na vida, mas continua querendo tirar mais dos
outros. Se esse comportamento fosse aceitável, o que aconteceria ao mundo?
Ficaria inundado de mágoas, rancores e queixas.
Quem consegue
incorporar a felicidade e receber amor de muita gente deve reconhecer
sua situação e dedicar-se a manifestar amor de modo a compartilhá-lo com
muitos outros. Mas a verdade é que, para os bem-sucedidos e afortunados,
não é difícil praticar o amor. Pelo contrário, é excepcionalmente venerável
quando uma pessoa desafortunada, privada de roupa e comida, frustrada
em seus desejos decide praticar o amor que dá.
Quando o indivíduo
insatisfeito e carente opta por fazer os outros felizes, Buda ou Deus
acolhe sua atitude com alegria. Esse esforço o agrada. Embora ainda precise
progredir ou chegar aonde quer chegar, do ponto de vista espiritual, no
momento que decide dar amor aos demais, ele dá essencialmente tudo. Em
termos materiais, os outros podem se sentir mal servidos. Trate-se de
alimento, de abrigo, de terra, de dinheiro, etc., é bem possível que sintam
que não recebem o suficiente, mas, espiritualmente, recebem tudo com a
decisão de oferecer amor.
Sim, a lição
mais importante que se pode aprender nesta existência terrena é a de alicerçar
o objetivo de vida no amor. Se você reconhecer que o amor é o propósito
da sua existência, receberá efetivamente tudo. Quando tomam consciência
do significado de dar amor, os que nada têm absorvem de Buda ou Deus um
amor mais volumoso que o absorvido pelos bemsucedidos que também dão amor.
As Regras do Amor
A
ideia de liberdade ou liberalismo vem se propagando em todo o mundo, e
as pessoas falam na derrota do igualitarismo. Mas deixe- me dizer uma
coisa a esse respeito. A verdadeira igualdade é a igualdade no amor de
Buda ou Deus por todos os seres humanos.
Quando o coração
dos pobres é abundante em amor e compaixão, a luz flui para eles. De fato,
Sua luz não é arbitrariamente reservada aos mais afortunados. Pelo contrário,
podese dizer que, quanto mais desafortunadas são as pessoas, mais o amor
de Buda ou Deus se derrama sobre elas quando conservam um pensamento puro
e sagrado.
Também se pode
dizer que o amor de Buda ou Deus é igualitário devido a uma lei denominada
“princípio divino”. O princípio divino remete a regras criadas por Buda
ou Deus. Estas são inequívocas e estipulam que Ele não mede esforços para
derramar luz naqueles que apresentam características como as de Buda ou
Deus. Os seres humanos, quando desejam se transformar para ficar mais
perto Dele, recebem um grande poder muito superior à sua capacidade individual.
Aqueles que encaram o Seu pensamento como o caminho espiritual a seguir
e o incorporam à sua vida cotidiana brilham com sorrisos e compaixão;
às vezes, chegam a irradiar uma luz tão intensa que chega a ofuscar. Assim
são as pessoas que Dele recebem luz abundante.
Se você ama
os demais embora ainda precise ser amado cabalmente, talvez pense que
a quantidade de amor que você dá diminui o seu equilíbrio. Mas, pelo contrário,
quanto mais a pessoa dá, mais rico fica o seu coração. Por exemplo, ninguém
se cansa de tratar os outros com generosidade. Quem age por amor não se
exaure, mas aqueles que vivem só para si estão sempre exaustos. Se você
está sempre cansado de trabalhar, é porque não trabalha com amor pelos
outros.
O trabalho
que se faz com amor nunca é exaustivo, porque você ganha duas coisas.
Uma é a gratidão daqueles a quem deu amor. A outra é a luz do amor que
recebe de Buda ou Deus, que lhe diz: “Eu te amo.” Portanto, um ato bondoso
é retribuído em dobro.
Esta é a verdade.
Esta é a lei do reino de Buda ou Deus. Uma oferta torna-se duas. Duas
ofertas tornam-se quatro. Três ofertas tornam-se seis. Dez tornam-se vinte.
Assim funciona a lei de Buda ou Deus.
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Entretanto,
o contrário também é verdadeiro. Não falta quem só queira receber amor
dos outros. Trata-se de uma pessoa movida pelo impulso de destruir a felicidade
alheia. Se você tirar a felicidade de alguém, acaso ela passa a ser sua?
Não, nunca. A pessoa privada de felicidade torna-se infeliz, mas ocorre
o mesmo a quem lhe tirou a felicidade. Este é considerado um delinquente
que perpetrou um crime espiritual, pois contrariou a vontade de Buda ou
Deus. Ele pode até pensar que ganha pontos, mas a realidade é que os perde.
Do ponto de vista da alma, marca um tento negativo. O ato de tomar também
equivale a um ponto duplo: uma perda se converte em duas.
Diz o provérbio:
“Você cava duas covas quando amaldiçoa alguém.” Embora você pretenda cavar
a cova de outra pessoa, a verdade é que terá cavado duas quando terminar
a primeira. A segunda cova, ao lado da primeira, é a sua. Entende porque
a infelicidade predomina neste mundo? Agora você sabe por quê.
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