Tema
em Foco
- Ensinamentos
do Mestre Ryuho Okawa
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o
mundo real -- estar satisfeito -- espírito de autoajuda -- perseverança
em corrigir erros
Palestra ministrada no Tokyo Kanni-hoken Hall, em 25 de fevereiro de 1990
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Os
Métodos de Autoreflexão
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Revista Happy Science
Ciência da Felicidade - Edição 189
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Nota:
Nesta palestra, o mestre Okawa recomenda-lhe entoar o sutra Palavras
da Verdade: Darma do Correto Coração antes de
começar a autoreflexão para proporcionar melhor nível
de concentração mental e espiritual.
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Conectar-se ao
Mundo
Real através da Autoreflexão
Nós tendemos a interpretar a prática da autoreflexão simplesmente como
enxergar as coisas sob uma perspectiva moral. Todavia, na realidade, a
prática da autoreflexão é um bom, ou mais que isto, é o melhor método
de nos conectarmos com o Mundo Real.
Este mundo
terreno em que estamos vivendo é um mundo onde o ser humano possui corpo
físico e também onde há a existência da matéria. No entanto, existe outro
mundo em contraste com este mundo da 3ª dimensão. Atualmente, a sua alma
está alojada em um corpo físico, mas, na verdade, ela é uma entidade multidimensional
ligada a remotos mundos de dimensões elevadas: o mundo da 4ª dimensão,
da 5ª dimensão, da 6ª dimensão e da 7ª dimensão.
A conexão com
os mundos de dimensões elevadas não exige nenhuma habilidade especial.
Para se conectar a eles, basta preparar o coração (mente) ou, em outras
palavras, sintonizá-la para que emita as frequências das dimensões superiores.
Nada mais simples. Em suma, neste exato momento, o estado de seu coração
está ligado a algum nível do outro mundo. Para quem não aprendeu a ajustar
o coração, é difícil achar um modo de fazê-lo. A maioria precisa aprender
a controlar o coração.
Ter poucos desejos
e estar satisfeito
Na
palestra “A Essência dos Oito Corretos Caminhos entre outras, eu apresentei
ensinamentos altamente avançados sobre o controle do coração (mente).
Para iniciar os meus ensinamentos e métodos de autoreflexão, vou recorrer
a algo muito fácil e simples: fundamentalmente, três diferentes modos
de praticar a autoreflexão. O primeiro se chama: ter poucos desejos e
estar satisfeito. É por aqui que vamos começar.
Para que praticar
a autoreflexão? É necessário praticar a autoreflexão porque nossos pensamentos
estão em desarmonia com as pessoas que nos rodeiam. Os pensamentos são
tais que perturbam a harmonia entre você e o seu meio. A causa dessa dissonância
já vem sendo ensinada desde a antiguidade: são os desejos. Esse sentimento
natural chamado desejo procede de uma intenção de levá-lo a uma felicidade
maior. É verdade. Mas, infelizmente, na verdade esses desejos que insistem
em sair das profundezas do coração não fazem senão causar-lhes mais sofrimentos.
Assim, ao iniciar
a autoreflexão, você precisa fazer com os seus desejos exagerados retornem
ao seu ponto original. Avalie se, de fato, você tem sido uma pessoa excelente?
Será que você realmente é uma pessoa com a qual todos precisam concordar
com os seus pontos de vista? Será que você é uma pessoa que precisa cada
vez mais ganhar dinheiro, tomando dinheiro dos outros? Será que você é
uma pessoa que precisa se preocupar tanto assim em ser bem visto pelos
outros? Examinando-se bem, você vai descobrir que dentro de nós existe
um eu que gradualmente tenta se colocar acima dos outros.
A origem disso
tudo são os desejos exagerados. Você precisa voltar a ser como era quando
criança e redescobrir aquela emoção de inocência e alegria de outrora.
Na infância, você se alegrava com as coisas mais simples. Olhe-se agora.
O que foi feito daquela pessoa? Quem é que tem o controle agora? Você
está se deixando manipular por algo que é limitado a este mundo. É uma
grande tristeza saber que, mesmo depois de estudar as Verdades Divinas
aqui na Happy Science, ao retornar para a vida cotidiana, você ainda se
deixa manipular pelo desejo, tornando-se prisioneira dele.
Não
foi o seu próprio pensamento que o levou a perder a capacidade de se sentir
satisfeito e se alegrar com as coisas simples? Será que é necessário fazer
coisas complicadas para ser feliz? Você realmente necessita ser admirado
e elogiado por tanta gente? Você não precisava dessas coisas para ser
feliz. Uma vida simples era suficiente para compartilhar uma felicidade
profunda, duradoura. Você não era capaz de tais emoções no passado? Então
por que perdeu a inocência do coração? Por que perdeu de vista a alegria
sincera? Por que procura se enfeitar com objetos mundanos? Não esqueça
que a origem da felicidade está em ter poucos desejos e estar satisfeito
com o que você possui.
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Você precisa voltar a ser como era quando
criança e redescobrir aquela emoção inocente
e alegria de outrora. Na infância, você se alegrava
com as coisas mais simples.
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Não culpe
os Outros, Cultive um Espírito de Autoajuda
A
segunda coisa que eu gostaria de dizer é que você deve se livrar da mente
que culpa os outros. Possuir uma mente que não culpa os outros é não achar
que a culpa está nas circunstâncias e no seu ambiente.
Décadas atrás,
antes de nascer, nós escolhemos os nossos pais e, posteriormente, nascemos
neste mundo. Não sabemos se o ambiente que escolhemos era o melhor para
nós. Pode ser que outros pais fossem melhores. Em todo caso, porém, nós
escolhemos os pais através dos quais iríamos nascer e sabíamos perfeitamente
em que ambiente iríamos ser criados. Nós sabíamos que era necessário nascer
nesse ambiente para o nosso treinamento espiritual.
Além
disso, muitos nascem neste mundo depois de tomar certas decisões no tocante
à sua profissão. Já tinham decidido o tipo de carreira que queriam seguir
na vida, o tipo de parceiro com que queriam se casar e o tipo de filhos
que queriam ter. No entanto, mesmo depois de obter tudo exatamente como
planejado, não estão satisfeitos. Pensam: “Não era para ser assim.” Quando
entram no mundo profissional, eles não só julgam a sua felicidade ou infelicidade
com base no ambiente em que nasceram e cresceram como também nas suas
relações com os demais. Pensam que suas circunstâncias e infelicidades
atuais são consequências das obras de outrem. Ou então pensam que são
infelizes porque ninguém os ajudou.
Certamente,
é natural que se pense assim. Mas o que eu gostaria que vocês entendessem
é que, embora colocar a culpa nos outros proporcione um momento de consolação,
não é a resposta ao problema. Uma coisa é certa, mesmo que isso lhe traga
algum conforto, não é a solução. O que você gostaria que acontecesse com
as outras pessoas para ficar satisfeito? Ficaria satisfeito se eles desaparecessem
da face da Terra? Mas, ainda que elas desapareçam, você continuaria sem
poder fazer nada contra os problemas que já aconteceram. Teria lá a sua
satisfação, mas não se aproximaria um milímetro de uma solução.
Muitas vezes
surgem situações que precisam acontecer. De modo que a questão é: que
benefício oriundo da autoreflexão você obtém a partir dessas experiências?
É essencial averiguar longa e racionalmente o que você precisa fazer para
se tornar mais positivo. Em primeiro lugar, as pessoas não são completamente
perfeitas e virtuosas e, em segundo, o caminho da vida está repleto de
todos os tipos de obstáculos.
Acho que se
pode dizer que você está zarpando antes que o seu navio tenha sido consertado.
Então por que finge e tenta convencer todo o mundo de que é uma pessoa
perfeita? Não culpe o navio nem o vento pela sua incapacidade de avançar
se o navio for lento; ou o vento soprar contra você. Procure um pouco
mais aperfeiçoar o navio, consertar o leme, aprender mais sobre as técnicas
de navegação e aproveitar a sabedoria daqueles que o cercam. Sem dúvida,
existe uma técnica. É inútil somente responsabilizar as tormentas que
se aproximam. Primeiramente, identifique o que você sozinho tem condições
de fazer e comece por aí.
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Não culpe o navio nem o vento pela sua incapacidade
de avançar [...] aperfeiçoe o navio, conserte
o leme, aprenda mais sobre as técnicas de navegação
e aproveite a sabedoria daqueles que o cercam.
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Em outras palavras,
não responsabilizar os outros é possuir um espírito de autoesforço. Trata-se
do espírito de autodisciplina e aprimoramento. Quem tem espírito de autoesforço
não culpa os outros. Não culpa a situação em que se encontra. A partir
das coisas que lhes foram concedidas, procura encontrar um caminho, uma
solução. Em geral, esse tipo de pessoa não vai para o inferno.
Portanto, se
você quiser saber se vai para o céu ou para o inferno, não há necessidade
de me perguntar. Reflita sobre si e verifique se você tem uma forte tendência
à autoajuda e ao autoesforço. Ou talvez descubra o contrário, que você
tem uma tendência mais forte em responsabilizar os outros ou o ambiente
pelo seu estado de felicidade ou infelicidade. Avalie essas duas características
e perceberá claramente para onde irá. O acúmulo de uma dessas tendências
determina claramente se você vai para o céu ou para o inferno. Essa é
a segunda coisa que eu gostaria que vocês soubessem.

A Época
Mais Fecunda da Sua Vida
O terceiro
ponto importante que quero compartilhar com vocês refere-se à importância
da perseverança em corrigir os seus defeitos.
Já falei sobre
isso anteriormente, mas um dos meus defeitos era a tendência a ser rigoroso
demais com os outros. Eu criticava e censurava excessivamente as pessoas.
Isso me fez passar anos sofrendo. Decidi corrigir esse defeito de uma
vez por todas e me empenhei em mudar esse meu hábito de achar imperfeições
nas pessoas, de criticá-las, censurá-las e delas falar mal. Graças a esse
esforço, eu consegui. Mas, por outro lado, quando me livrei desses sentimentos
ruins para com os outros, comecei ser excessivamente bondoso com eles.
Agora que deixei de apontar os defeitos e erros das pessoas, passei a
agradá-las e protegê-las. Alguns pioram quando são tratados com demasiada
benevolência, mas é claro que esse é um problema de minha pessoa.
Assim, quando
a gente corrige um defeito e começa a ir para outra direção, surge um
novo defeito. É vital desenvolver uma personalidade que seja capaz de
dizer o que deve ser dito quando for necessário e de calar quando for
conveniente. Esse é o tipo da pessoa dotada para liderar.
Como se vê,
não é fácil corrigir os próprios defeitos. No entanto, simplesmente compreender
isso não resolve o problema. Por isso é necessário ser perseverante. É
necessário ser persistente, investir tempo e remover os defeitos. Aqueles
que se mimam e não reconhecem os seus defeitos topam com obstáculos na
estrada da vida. Têm de superar entraves. As coisas nas quais você precisa
se aprimorar ficam muito claras quando você esbarra nesses obstáculos
e entraves.
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“É por isso que lhe recomendo ficar agradecido
quando as coisas não forem bem, quando você tropeçar
ou der com uma barreira que o impeça de avançar. É
nessas ocasiões que os seus olhos se abrem para os seus
defeitos e você passa a ser capaz de corrigi-los.
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É por isso
que lhe recomendo ficar agradecido quando as coisas não forem bem, quando
você tropeçar ou der com uma barreira que o impeça de avançar. É nessas
ocasiões que os seus olhos se abrem para os seus defeitos e você passa
a ser capaz de corrigilos. Se não houvesse obstáculos, você não teria
essa oportunidade. Logo, é claro que você deve considerá-los como bênçãos,
como chances de se enxergar e se examinar.
Essa é a é
a época mais fecunda da sua vida.
Fim
da palestra deste mês
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Título
original em Japonês: hanseihou-kougi | Copyright ©
Ryuho Okawa 1990
Tradução para o português © Happy Science 2010
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